Um estudo feito pela Fundação João Pinheiro apontou um aumento no déficit habitacional absoluto total entre 2016 – que era de 5,657 milhões de domicílios – e 2019 – que atingiu 5,876 milhões de domicílios.
Construção irregular, superlotação e risco de desabamento são algumas características de uma moradia considerada precária.
Em entrevista à CNN Rádio, o coordenador da pesquisa, Frederico Poley, avaliou que as políticas habitacionais são ligadas à questão local, mas que o governo federal e o estadual também têm “um papel importante”.
“Para pensar a solução habitacional, tem que envolver os governos, mas a sociedade civil também, com ONGs, parcerias, em relação aos governos, trabalhar de forma intersetorial, com várias secretarias e órgãos”, completou.
De acordo com Poley, “não podemos pensar que apenas a moradia resolve, tem a questão também de trabalho e isso é um grande desafio, trabalhar de forma integrada”.
“O déficit habitacional é um problema complexo, que demanda solução que não são simples”, avaliou. Ele explica que grande parte da população tem dificuldade de acesso à moradia por questão de renda ou então tem acesso ao mercado de trabalho informal, sem contratos e com grande rotatividade.
Para 2020, segundo o pesquisador, a “expectativa é de piora dos números”, devido à pandemia.
“Temos observado uma dificuldade de pessoas pagarem aluguel, tendo que ir para as ruas, famílias não só em São Paulo, mas no país como um todo, aumento de coabitação, tudo tem somado para a perspectiva de o déficit aumentar”.